Aqui vão algumas observações sobre o que vivenciei durante a final feminina do IV Circuito Brasileiro de Handebol de Areia 2009/2010.
Em primeiro lugar gostaria de abordar a situação de se separar a competição feminina da masculina. Foi necessário, e pode ser que no futuro tenhamos que repetir a fórmula, mas penso que a competição fica faltando um pedaço. O ambiente entre atletas é umas das glórias desse desporto. A alternância e formas de jogos favorecem o espetáculo.
Outro aspecto é a estrutura necessária à realização de evento desse porte. Muitas vezes pessoas interessadas em realizar uma etapa ou a final do circuito, prendem-se ao fato de não ter possibilidade de colocar arquibancadas e outros benefícios ao espetáculo. Entendo que caminhamos para um formato do tipo encontrado nesse final de semana em João Pessoa. Muitos patrocinadores, boa estrutura para atletas, grades ao entorno da quadra, tenda VIP, tenda para organizadores e tendas para atletas. Esse é o perfil que necessitamos hoje. No futuro, pequena arquibancada e plataforma nas tendas (facilita ver os jogos) poderão melhorar a festa.
Somos unânimes em querer mídia. Muitos dão aulas de como conseguir patrocinadores. Muita gente fala muito. Mas quando nos deparamos com a realidade, quando pensamos friamente, vemos que temos muito chão por percorrer. Entendo que é hora de dar a mão à palmatória: PRECISAMOS MELHORAR MUITO O ESPETÁCULO. Precisamos melhorar o produto que queremos vender. De nada adianta uma modalidade empolgante, estrutura de arena bacana e coordenação eficiente, se o principal artista está fora de forma. Vi muitas jogadoras fora do perfil de atleta de uma final de circuito. Vi equipes com pouco treinamento. Não estou falando por ter dirigido a equipe campeã, pois como todos sabem a equipe foi treinada pela professora Rossana. Venho batendo nessa tecla há tempos e vou insistir. Não é possível que tenhamos atletas muito acima do peso numa arena de Handebol de Areia. É feio. Não vende, ou melhor, vende mal.
Ao final da competição foi anunciada a relação nominal das atletas que comporão a seleção brasileira de handebol de areia. Acredito que qualquer profissional que montasse uma seleção com as atletas disponíveis, não sairia tanto da relação apresentada pela comissão técnica. Gostei de ver o retorno de Emanuelle (CE), melhor jogadora do mundo no mundial da Espanha (opinião pessoal). Gostei da convocação de jovens fortes, altas e atléticas como Solange do Unihand (RJ) e Renata do Rio Handbeach (RJ) e no mesmo perfil, mas de estatura mediana, as atletas Juliana do Z5 e Elidiana do HCP/Metalpil.
Para finalizar, fica o registro para atletas que querem fazer parte de seleção. 1) Seleção e sobrepeso não combinam. 2) Atletas que jogam apenas numa posição diminuem muito suas chances. 3) Atletas que pouco treinam têm suas chances diminuídas aos extremos. 4) Atletas que só marcam ou só atacam, tendem a perder espaço.
Espero ter contribuído para as discussões acerca da modalidade.
Forte abraço e sucesso para todos!