Foi a primeira
competição em que o novo grupo da Pan-americana esteve envolvido. Excelente.
Tudo funcionou dentro de um bom padrão. Bom hotel. Boa alimentação. Arena perto
do hotel e com boa estrutura. Local de competição em espaço que facilitava a
participação de público. Bom público (lógico). Sonorização. Apoio aos atletas.
Apenas um registro negativo que se refere a não transmissão dos jogos pela
internet. Isso entristeceu os fãs da modalidade em vários países, mas
entendemos pelos inúmeros jogos de Handball no mesmo momento em ginásios da
cidade.
Arbitragem
Estamos
crescendo e espalhando o número de árbitros no continente. Erros sempre
acontecerão. Porém, tínhamos duas duplas com experiência em mundiais. Uma dupla
indo a internacional e outra indo a continental. Portanto, não temos do que nos
queixarmos.
Equipes
México
País muito importante para o continente. Sua
participação serviu como aprendizado, já que estão no início de sua trajetória
no Beach Handball. Teve dificuldade em compreender a regra sobre contatos e a
simplicidade da mecânica de jogo. Jogava como se joga o Handball. Seus atletas
e dirigente se mostraram interessados na modalidade e espero que haja
investimento para desenvolvimento e outras participações.
Argentina
Entre a equipe que disputou os II Jogos
Sul-Americanos de Manta, Equador e essa de Mar Del Plata havia uma enorme
diferença. Não sei se a troca de técnico. Não sei se a falta de alguns
jogadores. Mas o fato é que a Argentina estava presa e sem praticar um bom
Beach Handball. A inclusão de Gull me parece um grande acerto, mas é preciso
encontrar uma forma de usar seu potencial e ter alguém que o substitua, de
preferência com característica distinta. Essa nova equipe já consegue se
controlar nos contatos, porém algo não deu certo. Esperamos que na próxima
competição os comandados de Maurício estejam no estágio que merecem e desejam.
Paraguai
A equipe treinou e se preparou com um grupo, mas
teve a infelicidade de na última hora perder um de seus principais jogadores.
Acredito que esse fato tenha abalado à confiança do grupo. José, técnico da
equipe, por conta dessa perda inesperada, provocou modificações defensivas e
ofensivas, que aparentemente não surtiram os efeitos desejados. De toda forma,
ficou evidente que o Paraguai tem potencial para disputar em alto nível. Como
alguns países, sente falta de um lateral canhoto (surdo), que certamente
ajudaria no equilíbrio das ações ofensivas. Espero que seus dirigentes continuem
a acreditar nesse grupo, procurando o incremento da modalidade, com aumento do
número de praticantes.
Uruguai
País que mais treinou para essa competição. Equipe
com padrão tático definido e extremamente aguerrida. Tinha um objetivo muito
claro nessa competição, que era a classificação para os World Games de Cali,
Colômbia. Lutaram e estiveram concentrados em conseguir. Infelizmente não
conseguiram ao perderem um jogo sem prognóstico para a Venezuela. Acredito que
a ausência, também de última hora, de dois atletas tenha influenciado no
resultado.
Venezuela
Aqui está o futuro da modalidade. Atletas altos e
fortes. Facilidade de giro e aérea. Saíram com um segundo lugar, mas classificados
para os World Games e encantando o público. Num café da manhã, conversando com
o seus dirigentes, fui perguntado sobre o que faltava para sua equipe. Opinei e
troquei algumas ideias sobre a modalidade e o desenvolvimento da Venezuela.
Para mim, isso denota humildade de seus dirigentes e vontade de conhecer. Em
breve serão perguntados da mesma forma...
Brasil
Levamos um grupo 50% renovado em relação ao último
mundial. Pela primeira vez a equipe jogou sem seu especialista Bruno Carlos.
Não levamos os dois goleiros que estiveram em Oman. Depois de sete anos,
deixamos de levar Jefte Saraiva. Treinamos apenas nove dias. Tínhamos muitas
expectativas em relação aos resultados. A principal era, em função de estarmos
classificados, a possibilidade de desequilibrar a competição, com resultados
inconstantes e mexendo na classificação dos países. Mas após um início difícil,
num jogo com o Uruguai, conseguimos jogar num bom nível e vencer todos os jogos
e a competição. Ficou a certeza que se quisermos nos manter no topo não podemos
relaxar em competições continentais. Isso é ótimo, mas indica dificuldades
futuras.
Geral
Não me sinto o dono da verdade e nem absoluto em
nada, mas gostaria de tecer alguns comentários que entendo importantes para o
crescimento das equipes e da modalidade no continente:
- O Beach Handball é lugar de bom ambiente e fair play. Infelizmente, percebo que algumas pessoas não fazem a menor questão de cumprimentar, conversar ou trocar alguma ideia acerca de qualquer coisa;
- Algumas equipes parecem jogar algo parecido com Handball de várzea, com “toques” constantes, contatos frontais e inúmeras reclamações;
- Uma competição como a realizada em Mar del Plata, com horários livres, poderia servir de um fórum para conversarmos sobre a modalidade, exemplos de treinamento, trabalho físico, competições e etc...
Nós técnicos e dirigentes do continente precisamos
nos mexer e produzir, pois só assim faremos frente aos que se acham donos da
modalidade e a tudo conhecer.
Um forte abraço!
2 comentários:
estimado antonio. creo que es importante que mucha gente participe de este evento. lo de mexico es positivo. lo de cada pais sirva para mejorar el beach handball.Aun estamos en etapa de desarrollo y lo estaremos por muchos años mas, hasta conseguir el crecimiento que generara el gran salto de calidad para la internacional. un fuerte abrazo para todos....
Guerra,
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer pela análise. Para nós que não pudermos estar lá, é sempre importante entendermos o que se passou na competição.
Deixo aqui meus Parabéns ao Working Group da Panamericana.
Vejo na Venezuela um grande adversário. Gostaram e entenderam as necessidades da modalidade. Sem dúvida crescerão ainda mais indo à competições "mundiais".
Concordo 100% contigo quando diz que precisamos produzir mais. A evolução é nítida, mas ainda há muito o que fazer.
Grande abraço
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