quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Analisando as Equipes dos I Jogos Sul-Americanos de Praia - Uruguai 2009

Masculino
Paraguai (sexto lugar) - Equipe que quase proporcionou a maior surpresa da competição, ao fazer um set incrível contra o Brasil, perdendo de apenas um gol. Os atletas aprenderam a modalidade durante os jogos. É uma equipe de handebol indoor. Tem atletas fortes e pode avançar muito no desporto.
Argentina (quinto lugar) – País interessado no desporto. Mantém equipe distinta da quadra. Porém, muitos de seus jogadores são baixos e sem força física. Para mim, sua colocação foi uma enorme surpresa, pois estava certo que disputaria uma vaga no pódio.
Equador (quarto lugar) – Disparada a equipe que mais treinou. Levou como técnico o professor brasileiro Marcio Magliano que trabalhou quase dois meses. As dificuldades foram enormes, por não ser o handebol uma modalidade praticada no país. Marcinho fez milagre. A equipe demonstrou tática avançada, mas pecou nas finalizações. Alguns atletas eram extremamente jovens. Como exemplo, podemos citar o goleiro com 15 anos. Mesmo assim venceu o Paraguai e a Argentina. Tenho certeza que os dirigentes do Equador estão radiantes com os resultados alcançados. Em 2011, durante os II Jogos Sul-Americanos de Praia, que se realizarão em seu país, os equatorianos poderão apresentar equipe muito mais experiente e forte. Esse exemplo de contratação de técnico pode servir para outros países em desenvolvimento no nosso continente.
Chile (terceiro lugar) – Alguns atletas fortes. Começa a adquirir experiência. Acredito que se jogássemos contra essa equipe no final da competição encontraríamos muito mais resistência. Estão interessados em cursos e o contato com o seu principal dirigente foi feito. Precisam treinar mais e praticar a modalidade com mais freqüência.
Uruguai (segundo lugar) – Nitidamente foi uma equipe que treinou durante a competição. Seus dirigentes estão focados no handebol indoor. Não me parece que existe muito espaço para o Handebol de Areia. Concorre para aumentar o problema o pequeno número de atletas de handebol. Alguns atletas remanescentes do mundial da Espanha se apresentaram acima do peso. Por esse motivo, andaram engrossando jogos que em outras épocas passariam com facilidade. De toda forma, sabem jogar e tem variações ofensivas. Certamente, se houvesse investimento no Handebol de Areia, o Uruguai seria uma potência mundial da modalidade.
Brasil (Campeão) – Treinamos 15 dias e fomos para uma competição importante com razoável padrão tático. De cara, nos treinamentos, ficamos sem Daniel Baldacin e Antônio Djandro atletas campeões mundiais e também dos Jogos Mundiais. Essas ausências foram sentidas, mas superadas pelo excelente ambiente no grupo. Na competição vencemos todos os jogos de 2 x 0. Fizemos excelentes jogos e um set horroroso contra o Paraguai. Felizmente vencemos pela diferença mínima e não enfrentamos um shoot out, onde tudo poderia acontecer. Acredito que ao final da competição podemos afirmar que prevaleceu a experiência, o trabalho realizado por todos, a estrutura e os apoios da Confederação Brasileira de Handebol e do Comitê Olímpico Brasileiro.
Feminino
Paraguai (quarto lugar) – Jogam como na quadra. Trabalham para fazer gol de um. Um desperdício. Como o masculino, precisam praticar a modalidade.
Argentina (terceiro lugar) – Equipe estruturada. Sabe jogar. Pena que estão num continente onde jogam Brasil e Uruguai, países mais fortes na modalidade. Estão bem encaminhadas. Como o Paraguai, as atletas precisam praticar mais e procurar manter a forma atlética.
Uruguai (segundo lugar) – Os mesmos problemas do masculino. Reúnem-se para jogar. Treinaram pouco para uma competição em casa. Algumas atletas estavam bem acima do peso. Mesmo assim, apresentaram um bom padrão tático. Seu técnico tem conhecimento da modalidade e sabe arrumar uma equipe. O grupo também se apresentou renovado, com algumas meninas mais jovens e magras.Ao final, faltou experiência para algumas atletas e estrutura para seu técnico trabalhar.
Brasil (campeão) – Equipe que foi renovada a partir da entrada da professora Rossana como técnica, tem se firmado como uma das potências mundiais da modalidade. Ainda precisa trabalhar muito para atingir o nível da equipe anterior, onde encontrávamos Zezé, Edna e Mona, ficando nessas três para não citar todas. É uma equipe jovem, de boa estatura e com padrão de jogo definido. Está jogando com inúmeras bolas aéreas, o que também difere da equipe anterior. Também venceu todos os jogos por 2 x 0 e não deixou dúvida de sua excelência. Para finalizar, gostaria de salientar o excelente ambiente entre a equipe masculina e feminina do Brasil. Esse fato, entre outros, foi elogiado pelo chefe da missão brasileira na competição, o Sr. Bernard Rajzman.

8 comentários:

Ted Boy disse...

Professor Guerra
Para um maior intercâmbio no continente não seria interessante um campeonatosulamericano ou panamericano de clubes possibilitando assim que mais atletas, do nosso continente obtivessem maior experiência em jogos internacionais? Também acredito que seria mais um ponto a favor para a modalidade, imagine se outros continentes realizassem campeonatos de clubes , poderiamos ter um mundial como a quadra, será que estou sonhando muito?
Grande abraço e parabéns pela competição

Guerra-Peixe disse...

Ted,
Esse era tema para outra postagem. Saímos de Montevidéu com o compromisso de batalhar por uma competição Pan-Americana de clubes campeões. Levaremos para Manoel Luíz (também presidente da Pan-Americana) a proposta e vamos ver no que dá. De toda forma, é bom salientar que enfrentamos a falta de grana dos irmãos sul-americanos. Sua proposta é correta e não tem nada de sonho...
Forte abraço!

Guerra-Peixe disse...

Lembrando... Na Europa já existem competições de clubes entre países.

Ted Boy disse...

Sensacional já ter campeonatos Europeus , muito obrigado e grande abraço.

Rio Handbeach disse...

Guerra,

Muito obrigado por toda força antes, durante e depois da competição. Com certeza você tem uma grande parcela de contribuição para o sucesso Equatoriano.

Não fiz milagre. Trabalhamos muito duro por 40 dias antes de irmos a competição e o mérito é dos jogadores, que aguentaram um ritmo frenético por tanto tempo. Eles queriam muito fazer bonito e acho que conseguiram.

Fiquei muito feliz em ter podido participar de uma competição tão importante e de ter ajudado um país novato a jogar handebol de areia.

Grande abraço
Marcinho

xykohand PB disse...

Com certeza mais uma vez o "BRASIL" foi muito bem representado pelas nossas seleções, estão de "PARABENS" as comissões tecnicas tanto no naipe masculino como no feminino, e a nação está orgulhosa de ter um brasileiro comandando um outro pais.Isto com toda certeza valoriza todos os profissionais de handebol de areia.(PARABENS PROF.MARCINHO)

Leonardo Castro disse...

Desculpa Guerra, mas não da pra colocar a culpa na falta de dinheiro dos irmãos sulamericanos pela não organização de um campeonato panamericano de clubes, se nem nós consiguimos organizar o Campeonato BRASILEIRO de clubes !!!
Já estamos indo para o final de dezembro e espera-se que o campeonato ocorra entre Janeiro e Fevereiro em algum ponto do território brasileiro, ainda não definido.
Admiro muito a organização e o apoio da CBHB e de seus dirigentes a seleção brasileira, realmente acho que nesse ponto estamos muito bem. Mas falta um pouco de atenção aos clubes, que são os verdadeiros mentenedores da modalidade no país. Estão sem nenhuma orientação e vivem do idealismo de alguns técnicos e atletas.
Sei das dificuldades existentes, mas vai chegar ao ponto que até esses apaixonados vão desistir.
Acho que antes de lutarmos por coisas fora do nosso país, deveríamos nos organizar e melhorar a estrutura interna existente.
Reconheço uma grande evolução nos últimos anos, mas tenho medo que tudo que foi conquistado se acabe. Ano passado sabíamos a data e o local de realização da competição com pelo menos seis meses de antecedência. Esse ano, na melhor das hipóteses, saberemos na véspera. Não tem como ninguém se organizar dessa forma!
Desculpe-me pelo desabafo, mas é assim que vejo a nossa realidade, muito bonita lá fora, mas nem tanto aqui dentro.

Guerra-Peixe disse...

Leozão,
Mantenedores da modalidade, salvo raríssimas exceções, são os atletas (pais), professores "loucos" e a CBHb.
A resposta completa coloquei numa nova postagem.
Forte abraço!