quinta-feira, 27 de junho de 2013

Artigo do Prof. Alexandre Almeida

O artigo foi originalmente publicado na página do IDHand e autorizado, pelo o autor, a ser publicado nesse blog.
 

Beach Handball: Muito Além das Areias

ALEXANDRE GOMES DE ALMEIDA
Professor dos cursos de Graduação em Educação Física e de Especialização em Comunicação Estratégica em Esportes da PUC-Campinas, treinador de Beach Handball da equipe feminina adulta do IDHand e das Seleções Equatorianas Masculina e Feminina.
Apesar de o Brasil ser tri-campeão masculino e bi-campeão feminino do Mundial da IHF (International Handball Federation), não é raro encontrar atletas, técnicos e dirigentes de Handebol que ainda não conhecem completamente o Beach Handball ou Handebol de Areia. Esse desconhecimento leva a uma interpretação muitas vezes distorcida da modalidade jogada na areia, figurando apenas como um jogo para os momentos de lazer. Portanto, compreender melhor o Beach Handball é mais um passo para o desenvolvimento do esporte. Nesse artigo pretendemos apresentar informações que demonstrem a essência do Beach Handball e sua contribuição para o Handebol de Quadra, deixando de lado alguns conflitos entre as duas modalidades.
Em primeiro lugar é necessário esclarecer que o Beach Handball surgiu nos anos 90 e desde 1996 é considerado pela IHF modalidade oficial. Basicamente, é disputado numa quadra de areia bem menor que a do Indoor, sendo jogado por três atletas de linha, um goleiro e outros quatro substitutos. O grande atrativo dessa modalidade é a possibilidade de marcar gols de dois pontos, chamados de gols espetaculares. Marcio Magliano, auxiliar técnico da Seleção Brasileira Feminina Adulta, deu uma contribuição muito importante para compreendermos as principais diferenças entre as duas modalidades, conforme podemos observar no quadro abaixo:
tabela22Comparação entre o Beach Handball e o Handebol de Quadra (http://portaldohandebol.com/blog/index.php/2010/03/handebol-areia-x-quadra/)
Outra característica marcante do Beach Handball é que o contato físico praticamente não existe, dando mais liberdade ao processo criativo dos jogadores no ataque. Por ser um esporte cuja filosofia do fair play é muito forte, o Beach Handball apresenta um índice lesões muito baixo, pois o contato físico é mínimo. No estudo “Injuries In Beach Handball” (http://home.eurohandball.com/ehf_files/Publikation/WP_Bebetsos_INJURIES%20IN%20BEACH%20HANDBALL.pdf) realizado com 96 atletas que participaram do Campeonato Europeu de Beach Handball em 2007, os pesquisadores Kostas Manavis, Dimitris Hatzimanouil, Eleftherios Stefas e George S. Bebetsos consideraram que a frequência de lesões severas é muito baixa mesmo levando em conta as altas temperaturas e jornadas de duas partidas por dia. Além disso, quando lesionados, esses atletas retornaram rapidamente aos treinamentos e praticamente não houve reincidência da lesão.
Cada vez mais atletas do Handebol de Quadra têm jogado competições de Beach Handball, sem se desvincular de suas equipes indoor. No último Campeonato Mundial Masculino de Handebol de Quadra os atletas Gil Pires (Brasil), Hans Lindberg (Dinamarca), Konstantin Igropulo (Rússia) e outros 7 atletas da Macedônia e 5 do Catar também disputaram competições internacionais Beach Handball por seus países. Esse fenômeno tem feito muitos técnicos, principalmente os de Handebol de Quadra, refletirem sobre como essa prática pode contribuir para a preparação de seus atletas.
Na reportagem “Playing In The World Championship With Your Feet In The Sand” (http://handballspain2013.com/en/news/details/1393/balonmano-playa) publicada no site oficial do Campeonato Mundial de Handebol de Quadra de 2013, disputada na Espanha, o técnico da seleção Espanhola de Beach Handball, Francisco Aguilera, esclareceu as relações entre as duas modalidades. Segundo Aguilera, os jogadores mais leves tendem a se adaptar facilmente ao Beach Handball e qualquer ponta do Handebol de Quadra jogaria tranquilamente na areia. Destaca ainda que Luc Abalo, ponta direita da França, tem características que o faria um excelente jogador de Beach Handball. O técnico espanhol ainda destaca os seguintes benefícios do Beach Handball para o Handebol de Quadra:
- Incorporar o Beach Handball a rotina dos jogadores profissionais de Handebol de Quadra seria muito interessante, pois melhora a preparação física, aumentando a flexibilidade, por exemplo.
- Taticamente, melhoram as ações ofensivas e defensivas, principalmente nos movimentos de defesa e para se antecipar ao contato físico.
- O clima das competições de Beach Handball tornam os jogadores mais relaxados mentalmente, podendo diminuir os níveis de ansiedade em competições Indoor.
Jose Julio Espina Agulló também tratou de apresentar os benefícios do Beach Handball para o Handebol de Quadra em artigo “The Evolution Of Beach Handball, Its Contribuition To Indoor Handball And The Advantages Of Its Pratice” (http://home.eurohandball.com/ehf_files/Publikation/WP_Espina_EvolutionBeachHB.pdf) publicado na revista da científica da Federação Europeia de Handebol, em 2008. O autor coloca que as ações técnico-táticas do Indoor aparecem claramente nos treinos e jogos de Beach. Diz também que a inclusão da prática do Beach nos longos períodos de em que as equipes de Indoor permanecem paradas, pode diminuir as perdas nesses intervalos que podem chegar a oito semanas.
O artigo “Beach Handball vs. Indoor Handball” escrito por Tamás Neukum, técnico de Beach Handball que dirigiu as seleções femininas da Hungria e Itália, publicado na revista científica da EHF (http://home.eurohandball.com/ehf_files/Publikation/WP_Neukum_Beach%20Handball%20vs%20Indoor%20Handball_E.pdf), apresenta a idéia de coexistência pacífica entre as duas modalidades. A seguir apresento um resumo das principais conclusões:
- Sobre o Goleiro ressalta que a bola mais macia facilita o trabalho com as categorias menores, pois a aprendizagem das técnicas sofre menos influência do medo dos arremessos;
- Na defesa, os jogadores de Beach são forçados a criar “armadilhas” para induzir o erro do adversário, devido à inferioridade numérica. Assim, atletas aprendem uma variedade de elementos defensivos que podem ser usados com sucesso no Indoor;
- No ataque, o “goleiro-atacante” tem sido utilizado por equipes do Indoor como uma alternativa para causar o desequilíbrio defensivo do adversário. Além disso, as ações entre dois ou três atacantes para criar superioridade numérica no Indoor acontecem naturalmente no Beach, devido ao espaço reduzido, contribuindo para tomadas de decisão mais rápidas;
- Os riscos de lesão são mínimos no Beach Handball devido ao piso de areia, a proibição do contato físico e respeito ao princípio do fair play. Podendo ser uma ótima forma de promover a recuperação de lesões ocorridas no Indoor, pois o atleta não fica exposto ao impacto em tendões e articulações e aos traumas por colisões;
- Para os técnicos, atuar no Beach Handball leva-os a refletir sobre suas condutas em relação aos seus atletas, adversários e árbitros, já que suas ações exigem a aplicação do principio do fair play.
Outra contribuição para essa tema é o artigo de Davor Rokavec intitulado “Beach Handball: A Application And Infuence On Indoor Handball”(http://home.eurohandball.com/ehf_files/Publikation/WP_Rokavec_BH%20application%20and%20influence%20on%20indoor%20handball_090313.pdf) afirmando que “o medo do beach handball é injustificável”. Ele diz que incluir o Beach Handball como uma parte do programa de treino do Handebol de Quadra não é apenas possível, mas necessário. O Beach Handball desenvolve as habilidades motoras e capacidades físicas, tem baixo risco de lesões, oferece vantagens como diversão, lazer, amizade e relaxamento mental. Como fatores aplicáveis ao Indoor, cita melhora na percepção e antecipação, no jogar sem bola e no trabalho em equipe.
No blog Pedagogia do Handebol o professor Lucas Leonardo que, além de estudioso da modalidade, é técnico de Handebol de Quadra, escreveu o artigo “Análise Pedagógica do handebol de Areia (Beach Handball)” (http://pedagogiadohandebol.wordpress.com/2008/07/30/logica-do-jogo-analise-pedagogica-do-handebol-de-areia/) trazendo muitas reflexões sobre o processo de transferência de aprendizado. Ele conclui que “conhecer o handebol de areia e analisá-lo como mais um jogo da “família de jogo de bolas com as mãos”, pode possibilitar a utilização de regras semelhantes para a criação de jogos que estimulem novas situações a ocorrerem naturalmente no percurso do jogo, possibilitando o exercício da criatividade e da solução de problemas semelhantes aos presentes no handebol de quadra”.
Concluindo, o Beach Handball é um esporte que desenvolve atitudes positivas em atletas e técnicos devido à aplicação da filosofia do fair play, melhora as capacidades físicas do praticante, a tomada de decisão e resolução de problemas táticos, não expõe o atleta a tantas lesões, entre outros benefícios. Assim, o técnico de Handebol de Quadra que não inclui o Beach Handball em seus programas de treinamento ou proíbe que os atletas de sua equipe pratiquem a modalidade, está dando um “tiro no pé”. Há uma infinidade de possibilidades a serem exploradas a fim de desenvolver ambas as modalidades a partir de uma coexistência harmônica com o compartilhamento de métodos de treinamento, a adequação de calendários, dentre outas coisas.

terça-feira, 25 de junho de 2013

Duas Últimas Convocações

Com a impossibilidade de Cyrillo Avelino, em recuperação de procedimento cirúrgico, fecharemos a lista de convocados com Gil Pires e Thiago William.



Gil Pires, nascido em Pernambuco e criado na Paraíba, tem uma longa carreira internacional no Beach Handball. No último Circuito Nacional defendeu o Grêmio CIEF (PB). Atualmente joga Handebol pelo Clube Unimed/UEM/Maringá. 


Thiago William, um jovem talento do Beach Handball brasileiro, é carioca e atleta do Niterói Rugby nas duas modalidades.

Sejam bem vindos e muito sucesso!

domingo, 23 de junho de 2013

World Games Cali 2013

O site da Federação Colombiana de Handebol informa que durante os World Games acontecerão um curso de árbitro e outro para técnicos da modalidade.

Nós da América só temos que agradecer aos bravos membros da IHF por mais essa iniciativa, afinal de contas, é o quinto curso técnico em nosso continente, ministrado por brilhantes profissionais europeus de Beach Handball.

Acredito que agora a América vá melhorar!

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Um Jogo para a História

Um pouco da história do Beach Handball.

No ano de 1998 foi realizado um Mundialito de Beach Soccer, onde as estrelas da modalidade eram ex-jogadores de futebol. Foram convidados inúmeros países e astros circulavam pelas areias com certa desenvoltura.

No Beach Handball já tínhamos realizado algumas competições internacionais e nacionais, havendo uma empresa que nos dava grande esperança de desenvolver a modalidade - Koch Tavares. 

Como forma de ajudar a impulsionar o Beach Handball fomos convidados para fazer a preliminar de  Brasil x Itália. A ideia era fazer um Flamengo x Vasco, onde todos poderiam aproveitar a rivalidade desse clássico e criar um bom evento.

Uma grande arena foi montada e estava com lotação esgotada. Pessoas de fora em quantidade sem poder entrar. Logo na entrada do Clube de Regatas Vasco da Gama temi pela integridade de todos. Parecia que aquilo tudo viria abaixo. Uma multidão urrava e gritava de forma ensurdecedora palavras de toda ordem.

O jogo não poderia ter sido melhor. Cada um ganhou um set. Decisão no shoot out e Ivan decidindo no último arremesso. Flamengo vitorioso.

Logo depois uma grande festa do futebol com Brasil x Itália e muita gente famosa jogando. Rapidamente o Brasil abre o placar, num calor insuportável. O jogo era tão fácil que a torcida foi se desinteressando e ao fim do primeiro tempo haviam clarões por toda arquibancada. Sem nenhuma pretensão diria que a festa foi na preliminar.

Assim foi realizado a partida com maior público de todos os tempos no Beach Handball.



Andrezão, Flávio Cassilatti, Alexandre Zétti, Leoni Nascimento
Denilson, André, Tico, Manoel e Leozão Duarte



Guerra Peixe, Marcelo Pignone, Everaldo Ivan Menezes e Marcão Pignone
André Cassilatti, Júlio, Alfredo Mattos e Jaime Torres

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Seleção Brasileira Feminina de Beach Handball - World Games 2013


Cinthya Piquet (APCEF), Julianna Vidal (IDEC), Patrícia Scheppa (Campinas 360º) Renata Santiago (Rio Handbeach), Millena Araújo (APCEF), Renata Marques (HCP), Roberta Guimarães (IDEC) e Priscilla Annes (APCEF)


Ingrid Nani (IDHAND), Darlene Soares (APCEF), Renata Cubana (IDEC), Jerusa Dias (Z5 Handebol), Millena Alencar (APCEF), Nathalie Esteves (APCEF), Carol Lima (Handebol Futuro) e Camila Ramos (APCEF)