Entendo a aflição de todos os classificados para a fase final do Circuito Brasileiro de Handebol de Areia, frente ao desconhecimento do local e data. Entretanto, gostaria de salientar que tenho acompanhado os esforços para a realização do evento, e posso garantir que não é nada confortável estar na situação em que se encontram os responsáveis pela praia na Confederação Brasileira de Handebol. Vamos analisar os acontecimentos e buscar soluções exeqüíveis.
Em todo o mundo pessoas interessadas no handebol de areia buscam espaços para a modalidade. Muitas das instituições que dirigem o handebol se fazem de surdas e problemas são encontrados por todo lado. Poucos são aqueles que percebem a modalidade como um novo produto vinculado à Federação Internacional de Handebol, que pode gerar recursos e ampliar o espaço de mídia em todo o mundo. Esse avanço, certamente seria excelente para as duas modalidades.
No Brasil temos um desporto novo (handebol de areia), vinculado a outro não tão novo (handebol), mas o mais novo entre os grandes desportos. Todos querem “lugar ao sol”, mas precisam de grana. O irmão mais velho (olímpico) tem a grana, que não é muita, mas não tem títulos. O irmão mais novo (não olímpico) não tem grana e tem títulos. Estamos na “aba” como gostam de falar os mais jovens. Não é a melhor posição, mas é a possível no momento. Para realizarmos qualquer competição nacional, ainda dependemos do esforço ($$$$) dos atletas, dirigentes, poucos clubes e da CBHb. Para 2010 aguardamos mudanças que aliviarão sobremaneira a todos.
Qual o vínculo do descrito aqui com o questionamento levantado pelo professor Leonardo Castro na postagem anterior? Tudo! Digo convicto. Falta fomento ao desporto, de maneira geral, ao handebol especialmente e ao handebol de areia especificamente. Faltam clubes sólidos. Faltam atletas específicos da modalidade. Faltam treinamento e atletas (treinados e atléticos). Faltam patrocinadores. Sobram idéias, mas nos falta recurso. Não é por falta de procura. Somos obrigados a reconhecer que estamos evoluindo. Faz parte dessa evolução querermos as coisas nos lugares certos e na hora certa. Infelizmente, algumas vezes isso não nos é possível. Como bom exemplo podemos citar a final do brasileiro de 2009. Vejamos os motivos: a) A final foi pedida para o Rio de Janeiro. A CBHb precisava de garantias para a realização. Foi aguardado até o limite e o compromisso não foi honrado. Não foi por falta de aviso. Solicitamos que os clubes se juntassem a federação e procurassem a realização conjunta. Infelizmente não houve procura entre as partes e nada foi concretizado; b) São Paulo, segunda opção, declinou da possibilidade de realizar; c) Apareceu uma empresa que bancaria a totalidade do evento. Depois apresentou dificuldades para a realização. Tentou jogar para os clubes algumas despesas, o que não foi aceito; d) Agora se aguarda uma prefeitura no eixo RJ/SP que está interessada e tenta fechar estrutura, alimentação e hospedagem.
Não sou responsável pela organização de nada. Porém, por estar ao lado do Stanley em muitos desses momentos que antecedem a competição final, não poderia me eximir de opinar. Vejo o diretor da modalidade fazendo ligações internacionais constantes de seu telefone pessoal. Vejo sua luta. Vejo a sua procura por patrocinadores. Portanto, aos que têm as soluções eu pergunto: O que fazer? Onde está o erro? A modalidade é nova, vinculada a outra que não tem grana, num país que não tem política de desporto e que tem problemas sociais gravíssimos para resolver. Num quadro desses, será que a CBHb está tão errada em alguma coisa?
Para encerrar é sempre bom lembrar que, mesmo diante de tantos problemas, ao nos compararmos com nossos irmãos sul-americanos, somos como a classe média baixa em áreas com dificuldade financeira grave.
Forte abraço!
9 comentários:
Boa noite professor Guerra e amantes do handebol de areia!
Temos acompanhado semanalmente a luta do professor Stanley pela realização da fase final do Circuito Brasileiro 2009/2010 na região sudeste.
Confesso que é angustiante a situação, que até coloca em risco a participação de muitas equipes na fase final. Preparamos-nos para disputar a competição em nosso estado, nos conformamos em jogar em outro estado ( da nossa região), mas a possibilidade da competição ser disputada no norte/nordeste do país nos deixa preocupados. Como todos nós sabemos o handebol de areia é um esporte amador, novo e sem divulgação na mídia, tornando-se difícil a captação de recursos para tal deslocamento ( no curto espaço de tempo).
Mesmo assim nos sentimos confortáveis pela atenção dada pelo professor Stanley. Mesmo sem definições, sempre responde aos nossos e-mails, mostrando-nos a real situação.
Não estou aqui como defensora e sim como alguém que prefere somar a subtrair. Acredito que assim ganha o handebol de areia e consequentemente eu.
Nadia Cristina
Z5 Handebol
A situação é complicadíssima para todos. Não existem culpados. Acredito que a competição seja jogada no eixo SP/RJ.
Bjs.
Bom Guerra, não quero entrar no mérito de quem é culpado ou não, a questão não é essa. Só tenho certeza de uma coisa, não é responsabilidade de clube algum organizar ou ajudar a organizar uma competição. Pra isso existem as Federação. A incapacidade e a falta de organização da FHERJ é conhecida de todos há muito tempo, tanto nos eventos de quadra quanto nos praia. Cabe ressaltar que nesse último ano foi bem melhor que os outros e acabamos ficando felizes com coisas que seriam apenas fundamentais na execução de um campeonato.
Discordo de você quando diz que os mantenedores da modalidade são atletas e professores "loucos", pelo menos no meu caso o clube em que jogo sempre apoiou e se não fosse esse apoio não teríamos condições de participar da metade das competições de handebol de areia que participamos, claro que passamos por períodos não tão bons mas se analisarmos esses 6 anos que a equipe existe 90 % dos custos foram viabilizados pelo clube.
Acredito muito no trabalho do Stanley a frente do Handebol de Areia nacional, acho suas atitudes firmes e embora o taxamos muitas vezes como intransigente, logo depois vemos que tinha razão na sua posição. Mas não podemos fechar os olhos pro que está acontecendo, tenho certeza que todos temos uma parcela de culpa nisso tudo, mas infelizmente atletas, técnicos e clubes não tem autonomia para resolver certas coisas e uma vez que a Federação necessite da ajuda de clubes e atletas deveria também transferir um pouco do poder de decisão a eles.
Guerra não quero com isso gerar polêmica, só quero ajudar de alguma forma, mas não quero cometer os mesmos erros que sempre apontamos.
Tenho algumas ideias que poderíamos discutir pessoalmente e não por aqui. Essa é a forma que encontro no momento, mesmo estando longe, para tentar ajudar.
Leonardo,
O bom disso tudo é que podemos discordar de todos e de tudo sem nos aborrecer. Sempre!
Realmente, a função de realizar é da federação, mesmo por que foi ela quem pediu a competição. É ela que representa os clubes. Foi ela que foi eleita para defender os interesses dos clubes cariocas. Nesse ponto eles cumpriram bem a função, pois era do interesse de todos que a competição viesse para o nosso Estado. Acontece que frente aos problemas e a demora, eu e Stanley achamos mais inteligente que todos juntassem forças pela realização do evento. Naquele momento nos pareceu que sairia mais em conta. Mas é aquela coisa, para acontecer isso precisávamos nos associar. Lembro-me de um pai de atleta que dizia “O brasileiro precisa ser mais associativo e menos corporativo”. Se isso tivesse acontecido talvez nem estivéssemos nessa conversa. O Rio de janeiro receberia a competição. Os poderes estariam mais divididos. Provavelmente todos estariam mais tranqüilos. Mas isso é só hipótese.
No assunto mantenedores, você se equivocou, pois coloquei salvo raríssimas exceções. Já escrevo assim para evitar esse tipo de posicionamento. Se você entende que a Unissuam de dá ou deu o suficiente, não serei eu que vou discordar. O mesmo serve para outras equipes. Falei de maneira genérica, por tudo que vejo e ouço.
Estarei sempre pronto para ouvir suas idéias e propostas. Afinal de contas, queremos e precisamos crescer sempre!
Caros amigos ,
Concordo com Leozão qdo. diz que a organização dos campeonatos pertencem a confederacão e as federações e acredito também que o prazo para confirmar a realização do evento em um estado estendeu-se de mais, agora no final do ano com o verão próximo fica muito complicado conseguir alojamento para a quantidade de pessoas.Hotéis e pousadas em cidades praianas já devem estar com sua lotação comprometida sem falar no valor, mas o mais importante de tudo é que precisamos realizar o e evento, mesmo que este ano a estrutura que aparecer não seja a ideal, com arena, hotel de ótimo nível, o momento agora é procurar realizar o campeonato e aproveitarmos o evento para que as equipes finalistas conversem o caminho a ser tomado para o próximo ano,estas reuniões deveriam ser promovidas pela confederação aproveitando que as principais equipes brasileiras estão juntas por cinco dias.Temos uma reunião para o congresso técnico e podemos utilizar os outros dias para a discussão do próximo campeonato e as regras de participação.
Grande abraço.
Há algum tempo atrás já estávamos postando sobre esse mesmo assunto e em dois pontos todos concordamos:
- Não adianta procuramos culpados! Na verdade, não há culpados.
- O Campeonato TEM que acontecer. Da maneira que for.
Algumas coisas, penso eu, devem ser levadas em consideração:
- Janeiro (alta temporada) é a melhor época para realizar esse tipo de competição?
- Com que antecedência devemos ter essa data fechada para que as equipes se planejem?
- Se não conseguirmos a estrutura de hotéis e alimentação, vamos deixar de realizar o campeonato?
Grande abraço,
Marcinho
Ted,
Esse entendimento de organização = Federação/Confederação, captação de recursos = Federação/Confederação, participar jogando = Clubes/atletas e participar pagando algumas despesas = Clubes/Atletas no meu entendimento não nos levará a lugar nenhum. Acredito em participação coletiva. Não dá para ficar esperando cair do céu. Esse modelo não cabe ao handebol de areia. Dizer que a responsabilidade por fazer os campeonatos é da Federação e Confederação é lugar comum. O que está em discussão é a contribuição/participação de todos para realizar o evento. Temos que parar de achar que as pessoas e instituições têm o mesmo interesse que temos. Um bom exemplo é o Paulinho em São Paulo. Desestimulado e com enormes problemas deu uma cruzada de braços. O que aconteceu? Nada... Ninguém fez nada. Onde estava a federação? Provavelmente nem sabia. Onde estavam os interessados na modalidade? Pensando “a responsabilidade por fazer é do Paulinho/federação”. Precisamos entender que tem muita gente com poder que nem quer ouvir falar em Handebol de Areia. Em São Paulo tive outro exemplo de como são difíceis as coisas. Todos são sabedores que Paulinho é um cara que pode viver maravilhosamente bem sem o Handebol e o Handebol de Areia. Faz e se esforça unicamente pelo prazer de ver as modalidades crescendo. Pois bem, ao final de uma determinada competição que fui à São Paulo, exclusivamente para ver atletas, Paulinho e mais um ajudante levaram 5 horas para desmontar e colocar todo o aparato no seu carro. Onde estavam todos os interessados? Em casa almoçando e bebendo nos quiosques, achando que a responsabilidade era da Federação. Alguém vai dizer que pagou. Pagou o que? Pagou R$150,00? Essa situação tem se repetido e um dia tenho a certeza que Paulinho vai parar de fazer. Aí vamos ver o que vai acontecer ao Handebol de Areia de São Paulo. Em recente treinamento em Praia Grande, ao terminar o período de trabalho, pois viajaríamos no outro dia, desmontamos todo o “aparato da areia” em 15 minutos. Eu disse 15 minutos!!!!!
Prometo não mais abordar esse assunto. Mas temos que arregaçar mangas. Temos que colocar as mãos na areia. Não dá só para jogar ou só dirigir. Precisamos muito mais. Gosto muito de saber que em determinada competição os próprios atletas e dirigentes apitaram. Por quê? Por entender que se ninguém ganha nada não é arbitro que vai ganhar. Vamos juntar forças. Vamos tornar a modalidade grande, com patrocinadores e aí sim, vamos pagar R$500,00 por jogo. Agora pagar apenas a arbitragem... Sou e serei sempre contra. Detalhe: nada contra os árbitros, onde tenho bons amigos. Apenas sou contra a mentalidade que foi trazida da quadra para a areia, mas num contexto totalmente fora de hora.
Forte abraço!
Professor Guerra,
Claro que todos devem fazer algo pelo crescimento do esporte hoje para que as próximas gerações tenham uma situação melhor e alguns de nós aproveitem disso e sei que várias pessoas o fazem pelo Brasil.Agora eu tenho como conceito que as entidades (confederação e federações) deveriam ser aquelas que mais dêm incentivo as equipes. Sei que tudo custa caro,para conseguir patrocínio leva tempo e às vezes não conseguimos conciliar nossas atividades.Agora acredito que no futuro conseguiremos esta esperada profissionalização eu de minha parte estou tentando dentro de minhas limitações levar nosso amado esporte para frente. Grande abraço espero não ter saido do tema.
Guerra e Marcinho, concordo plenamente com o que falaram, sei das dificuldades encontradas nos esportes amadores brasileiros, só não concordo em torna´-los cada vez mais amadores.
O Márcio falou bem quando levantou algumas situações, como as datas e períodos do ano para se realizar um campeonato. Também, concordo que o mesmo deva acontecer de um jeito ou de outro.
Concordo também quando o Guerra fala que falta o comprometimento de atletas e dirigentes. O problema é que as federações, pelo menos a do Rio, não quer ninguém pra ajudar na organização da competição, ela simplesmente quer meros "ajudantes de serviço gerais", concordo que temos que ajudar, desde que as federações e a confederação queira pessoas para somar na gestão do esporte, não somente com ideias mas também delegando funções e responsabilidades para essas pessoas.
Há mais ou menos 1 ano, tentou-se formar uma comissão com árbitros, dirigentes e atletas que ajudassem na formatação e organização das competições. Nenhum passo adiante foi dado, parte por culpa dos membros dessa comissão, parte por culpa da federação que não permite que nenhuma pessoa assuma responsabilidades na organização das competições.
Não devemos procurar culpados, mas poderíamos conseguir um pouco mais de autonomia na organização das competições.
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