sexta-feira, 5 de abril de 2013

Análise dos VI Pan-Americano de Beach Handball Mar Del Plata, Argentina

Organização

Foi a primeira competição em que o novo grupo da Pan-americana esteve envolvido. Excelente. Tudo funcionou dentro de um bom padrão. Bom hotel. Boa alimentação. Arena perto do hotel e com boa estrutura. Local de competição em espaço que facilitava a participação de público. Bom público (lógico). Sonorização. Apoio aos atletas. Apenas um registro negativo que se refere a não transmissão dos jogos pela internet. Isso entristeceu os fãs da modalidade em vários países, mas entendemos pelos inúmeros jogos de Handball no mesmo momento em ginásios da cidade.

Arbitragem

Estamos crescendo e espalhando o número de árbitros no continente. Erros sempre acontecerão. Porém, tínhamos duas duplas com experiência em mundiais. Uma dupla indo a internacional e outra indo a continental. Portanto, não temos do que nos queixarmos.
Equipes

México
País muito importante para o continente. Sua participação serviu como aprendizado, já que estão no início de sua trajetória no Beach Handball. Teve dificuldade em compreender a regra sobre contatos e a simplicidade da mecânica de jogo. Jogava como se joga o Handball. Seus atletas e dirigente se mostraram interessados na modalidade e espero que haja investimento para desenvolvimento e outras participações.

Argentina
Entre a equipe que disputou os II Jogos Sul-Americanos de Manta, Equador e essa de Mar Del Plata havia uma enorme diferença. Não sei se a troca de técnico. Não sei se a falta de alguns jogadores. Mas o fato é que a Argentina estava presa e sem praticar um bom Beach Handball. A inclusão de Gull me parece um grande acerto, mas é preciso encontrar uma forma de usar seu potencial e ter alguém que o substitua, de preferência com característica distinta. Essa nova equipe já consegue se controlar nos contatos, porém algo não deu certo. Esperamos que na próxima competição os comandados de Maurício estejam no estágio que merecem e desejam.

Paraguai
A equipe treinou e se preparou com um grupo, mas teve a infelicidade de na última hora perder um de seus principais jogadores. Acredito que esse fato tenha abalado à confiança do grupo. José, técnico da equipe, por conta dessa perda inesperada, provocou modificações defensivas e ofensivas, que aparentemente não surtiram os efeitos desejados. De toda forma, ficou evidente que o Paraguai tem potencial para disputar em alto nível. Como alguns países, sente falta de um lateral canhoto (surdo), que certamente ajudaria no equilíbrio das ações ofensivas. Espero que seus dirigentes continuem a acreditar nesse grupo, procurando o incremento da modalidade, com aumento do número de praticantes.

Uruguai
País que mais treinou para essa competição. Equipe com padrão tático definido e extremamente aguerrida. Tinha um objetivo muito claro nessa competição, que era a classificação para os World Games de Cali, Colômbia. Lutaram e estiveram concentrados em conseguir. Infelizmente não conseguiram ao perderem um jogo sem prognóstico para a Venezuela. Acredito que a ausência, também de última hora, de dois atletas tenha influenciado no resultado.

Venezuela
Aqui está o futuro da modalidade. Atletas altos e fortes. Facilidade de giro e aérea. Saíram com um segundo lugar, mas classificados para os World Games e encantando o público. Num café da manhã, conversando com o seus dirigentes, fui perguntado sobre o que faltava para sua equipe. Opinei e troquei algumas ideias sobre a modalidade e o desenvolvimento da Venezuela. Para mim, isso denota humildade de seus dirigentes e vontade de conhecer. Em breve serão perguntados da mesma forma...

Brasil
Levamos um grupo 50% renovado em relação ao último mundial. Pela primeira vez a equipe jogou sem seu especialista Bruno Carlos. Não levamos os dois goleiros que estiveram em Oman. Depois de sete anos, deixamos de levar Jefte Saraiva. Treinamos apenas nove dias. Tínhamos muitas expectativas em relação aos resultados. A principal era, em função de estarmos classificados, a possibilidade de desequilibrar a competição, com resultados inconstantes e mexendo na classificação dos países. Mas após um início difícil, num jogo com o Uruguai, conseguimos jogar num bom nível e vencer todos os jogos e a competição. Ficou a certeza que se quisermos nos manter no topo não podemos relaxar em competições continentais. Isso é ótimo, mas indica dificuldades futuras.

Geral

Não me sinto o dono da verdade e nem absoluto em nada, mas gostaria de tecer alguns comentários que entendo importantes para o crescimento das equipes e da modalidade no continente:

  • O Beach Handball é lugar de bom ambiente e fair play. Infelizmente, percebo que algumas pessoas não fazem a menor questão de cumprimentar, conversar ou trocar alguma ideia acerca de qualquer coisa;
  • Algumas equipes parecem jogar algo parecido com Handball de várzea, com “toques” constantes, contatos frontais e inúmeras reclamações;
  • Uma competição como a realizada em Mar del Plata, com horários livres, poderia servir de um fórum para conversarmos sobre a modalidade, exemplos de treinamento, trabalho físico, competições e etc...

Nós técnicos e dirigentes do continente precisamos nos mexer e produzir, pois só assim faremos frente aos que se acham donos da modalidade e a tudo conhecer.

Um forte abraço!

2 comentários:

juan de arma disse...

estimado antonio. creo que es importante que mucha gente participe de este evento. lo de mexico es positivo. lo de cada pais sirva para mejorar el beach handball.Aun estamos en etapa de desarrollo y lo estaremos por muchos años mas, hasta conseguir el crecimiento que generara el gran salto de calidad para la internacional. un fuerte abrazo para todos....

Marcio Magliano disse...

Guerra,

Em primeiro lugar, gostaria de agradecer pela análise. Para nós que não pudermos estar lá, é sempre importante entendermos o que se passou na competição.

Deixo aqui meus Parabéns ao Working Group da Panamericana.

Vejo na Venezuela um grande adversário. Gostaram e entenderam as necessidades da modalidade. Sem dúvida crescerão ainda mais indo à competições "mundiais".

Concordo 100% contigo quando diz que precisamos produzir mais. A evolução é nítida, mas ainda há muito o que fazer.

Grande abraço