Minha Amiga e o Beach Handball

Ao longo da história dessa página me dediquei a falar de Beach Handball e todas as situações que atravessam a modalidade. Hoje não vou fazer diferente, mas vou dedicar palavras à uma amiga muito especial - Rossana Marques.

Acredito que muitos acompanharam o que aconteceu na semana passada, com desdobramentos em comentários, que vieram até o dia de hoje. O poster era de minha autoria, e só comentei pedindo aos envolvidos que viessem esclarecer os fatos.

Agora, ânimos serenados, gostaria de tomar o tempo dos parceiros dessa página falando um pouco sobre alguns aspectos discutidos e, naturalmente, sobre Rossana.

Já fui acusado de defender Rossana, verdade. De dirigir a seleção feminina, maldade. De influir em alguma coisa, engano. Nesse aspecto, vou contar algo que pouquíssimas pessoas sabem e que existem provas de que não estou mentindo. Quando da substituição da antiga treinadora, ao ser consultado, fui radicalmente contra o convite à Rossana. Os motivos os envolvidas sabem, inclusive Rossana.

Na seleção feminina de Beach Handball nunca acertei 100% dos convocados. Já fui consultado sobre atletas. Já dei opiniões aceitas e outras tantas descartadas. Nada disso mudou meu relacionamento com Rossana. Sempre respeitei suas posições e nunca duvidei de sua capacidade.

Fala-se muito em “panela” no feminino, expressão que já foi motivo de texto escrito por mim. Mas sempre que ouço algo assim, pergunto: quais as suas dez? Ao final a diferença fica em uma ou duas meninas. Ora, quem está a frente de algum projeto passa por essa coisa de preferência e escolhas “malditas”. Percebo que o saldo entre opiniões de técnicos e Rossana é irrelevante. Para mim, o maior risco são os atletas assumirem a mesma posição de alguns técnicos, se achando vítimas da técnica paneleira. Pronto, acharam a desculpa exata para estar fora da seleção: panela!

Essa panela está seguindo com títulos. Uns apontam a facilidade. Outros desconfiam que se algum time brasileiro representasse o Brasil não seria diferente. Tudo naquele “balaio” já descrito por mim em outras oportunidades, que remonta a Nelson Rodrigues e seu Complexo de Vira-Latas. Continuamos a duvidar de nossas conquistas e de nosso valor? Será esse o verdadeiro motivo?

Semana passada fiquei muito preocupado com você, Rossana. Conheço seu temperamento, sua índole, sua dedicação, seu carinho, sua amizade e seu inatingível caráter. Sabia que tinha sido atingida de forma cruel, sorrateira e leviana. Só fiquei em paz quando li sua mensagem. Límpida, sem rancor ou ódio. Apenas uma defesa. Aquela que ninguém poderia pensar melhor.

Rossana, amiga de tantas batalhas. Irmã na alegria e na dor. Já passamos situações tão drásticas, tão dramáticas e temos que dar conta de nossa honra por mísero cargo de técnico. Também, quem mandou concorrer a uma cargo tão bem remunerado? Quem mandou acordar cedinho, ainda escuro, para treinar uma menina humilde, que hoje é uma das melhores goleiras do mundo (indoor)? Será que isso gera algum desconforto em alguns?

Amiga espero que tu tenhas calado seus detratores. Siga trabalhando. Errando bastante, pois você é pessoa comum, dessas que erram mesmo. Deixe para os doutores o ônus do acerto absoluto.

Do dia 16 ao dia 30 de setembro, entre nós dois, quem falar de Beach Handball vai comer toda porcaria do mundo!