Após uma semana de descanso e estudo me encarrego de analisar os V Jogos Pan Americanos de Beach Handball, competição classificatória para o V Mundial de Beach Handball, em Oman no mês de julho.
Análise de Competição (organização)
A competição destinou duas vagas no feminino e mais uma vaga no masculino, já que o Brasil é o atual campeão mundial. Esse fato causou estranheza, pois se o continente pan-americano tem duas vagas e o Brasil é campeão, parece para todos que deveríamos ter três vagas.
Modelo de chave para a competição. Com 5 equipes, todos jogaram contra todos. O primeiro colocado dessa primeira fase (Brasil nos dois naipes) foi para a final. Os outros 4 fizeram cruzamentos (2º x 5º...) e os vencedores, Venezuela e Uruguai no masculino e Argentina e Uruguai no feminino disputaram semifinal para decidir quem faria a final. Nos dois naipes deu Brasil-Uruguai, sendo que os dois países foram classificados para o mundial de Oman. Essa opção de tabela me pareceu inteligente, por dar mais chances de conseguir uma vaga.
Resta-nos saber quem confirmará a inscrição no mundial do país Árabe. Sabemos das dificuldades de todos e só não podemos deixar para a última hora, com risco de perdermos a vaga. O Brasil confirmou inscrição e desejamos que Uruguai consiga ir também, pois seus atletas e profissionais fizeram por merecer essa participação.
A arena na Praia de Pocitos é sempre simpática e dá conta das necessidades do Handebol de Areia continental. Espaço bem situado, sempre trás bom público, principalmente quando jogam os donos da casa. A pontualidade dos jogos também contribuiu para um bom desempenho de todos.
Hotel e transporte funcionaram super bem. A nota a reparar ficou por conta da alimentação. Faltou um preceito básico nas competições que envolvem países: atender várias culturas alimentares. O serviço de massa todos os dias foi um pesado fardo para todos.
Análise de Equipes
2º Lugar
Uruguai Masculino – Técnico novo. Boa equipe ofensiva. Na defesa faltam jogadores altos que pratiquem a modalidade com constância. Se tiver tempo de treinar e se dedicar à modalidade o Uruguai pode surpreender no mundial.
Uruguai Feminino – Muito boa equipe. Precisa de apoio e estrutura, pois tem atletas e técnicos experientes, que conhecem o jogo. Com equipe completa, o feminino do Uruguai joga de igual com todos os países no mundial.
3º Lugar
Venezuela Masculino – Equipe que mais evoluiu no continente. Jogadores fortes e altos. Treinaram para a competição. Precisam melhorar taticamente e estabelecer o que cada jogador fará na competição. Vejo grande futuro para o país. Caso o Uruguai decline de participar do mundial, Venezuela estará pronta para embarcar. Também se mostraram interessados em intercâmbio e promover competições. Não nos esqueçamos de que os próximos Jogos Sul Americanos em 2013 serão na cidade de Vargas.
Argentina Feminino – Equipe bem conduzida por seu técnico. Acredito que faltem meninas mais altas e fortes. Houve carência de potência em seus lançamentos ao gol. Também treinaram para a competição e também estão prontas para participar do mundial de Oman caso o Uruguai desista.
4º Lugar
Argentina Masculino – Com bom nível de treinamento a Argentina cresceu muito em todos os aspectos. Conseguiu atletas mais altos e fortes. Estão desenvolvendo bom jogo ofensivo e de contra ataque. Acredito que não acharam o “tom” no setor defensivo. Em alguns momentos marcam excessivamente forte e são constantemente penalizados. Espero que meu amigo Juan de Arma mantenha acessa a chama da modalidade, pois estou convicto que em pouco tempo a Argentina figurará entre os melhores do mundo.
Paraguai Feminino – Time bem estruturado. Algum treinamento. Consultor brasileiro, já que Leozão esteve por uma semana com a equipe. O Paraguai sentiu a falta de jogadoras que decidam. No Equador estava uma menina que joga na Espanha e muito contribuiu. Dessa vez faltou arremesso. Falta canhota. Mas também acredito que o Paraguai esteja no caminho certo.
5º Lugar
Equador Masculino – Segundo lugar na primeira fase, o país teve um resultado inesperado. Nas quartas de finais contra Venezuela, disputando o shoot out, no último lance, um dos jogadores, após passar pelo goleiro arremessou a bola para fora. Acredito que esse fato tenha abatido seus jogadores. A equipe é a única no mundo constituída praticamente de jogadores oriundos do próprio beach. Seu técnico, o brasileiro Alexandre Almeida, tem feito bom trabalho e espero continuidade.
USA Feminino – Equipe que não conhecia muito bem o jogo, mas que teve participação extremamente elogiada por todos. Sua técnica tem empolgação contagiante e nos deixa esperançosos na possibilidade de ingresso do país no circuito de competições e, quem sabe, ajudar na evolução da modalidade. Sejam bem vindos!
Campeão
Brasil Masculino – Já classificados para o mundial, encaramos a competição como muito importante. Estabelecemos que na pior das hipóteses estaríamos nos preparando para Oman. Trabalhamos com afinco, inclusive no carnaval. A equipe teve dois sets ruins. O segundo contra a Venezuela e o segundo contra Argentina, mas vencemos. Longe de ser um problema, serviu como alerta para comportamento entre sets. A equipe se saiu muito bem e os dois novos jogadores, Jaime e Caio, deram conta do recado com sobras. A equipe volta a se reunir para o treinamento de junho. Por enquanto, treinamento nos estados.
Brasil Feminino – Com a responsabilidade de conseguir a vaga, nossa equipe fez partidas na fase de classificação, onde faltou aquele brilho visto nas últimas competições. Ao confirmar sua participação no mundial, saindo em primeiro na fase de classificação, a equipe deslanchou. O jogo final foi um primor. Bolas aéreas. Bloqueios. Camilinha distribuindo muito bem e a defesa nota dez. Agora que acabou a pressão vamos trabalhar mais ainda. Até junho!
2 comentários:
Muito boa análise, Guerrinha.
Acho que o ponto mais bacana é vermos a gritante evolução do continente. Tenho certeza que, em pouco tempo, teremos grandes potências do Beach Handball na América.
Grande abraço
Guerra,
Análise excelente. Nos ajuda muito melhorar a qualidade do Beach em nosso continente.
É isso aí Marcinho! As competições estão cada vez mais fortes e sabemos tem muito pra evoluir.
Abraço
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