segunda-feira, 12 de março de 2012

Analisando os Jogos Pan Americanos de Beach Handball

Após uma semana de descanso e estudo me encarrego de analisar os V Jogos Pan Americanos de Beach Handball, competição classificatória para o V Mundial de Beach Handball, em Oman no mês de julho.

Análise de Competição (organização)

A competição destinou duas vagas no feminino e mais uma vaga no masculino, já que o Brasil é o atual campeão mundial. Esse fato causou estranheza, pois se o continente pan-americano tem duas vagas e o Brasil é campeão, parece para todos que deveríamos ter três vagas.

Modelo de chave para a competição. Com 5 equipes, todos jogaram contra todos. O primeiro colocado dessa primeira fase (Brasil nos dois naipes) foi para a final. Os outros 4 fizeram cruzamentos (2º x 5º...) e os vencedores, Venezuela e Uruguai no masculino e Argentina e Uruguai no feminino disputaram semifinal para decidir quem faria a final. Nos dois naipes deu Brasil-Uruguai, sendo que os dois países foram classificados para o mundial de Oman. Essa opção de tabela me pareceu inteligente, por dar mais chances de conseguir uma vaga.

Resta-nos saber quem confirmará a inscrição no mundial do país Árabe. Sabemos das dificuldades de todos e só não podemos deixar para a última hora, com risco de perdermos a vaga. O Brasil confirmou inscrição e desejamos que Uruguai consiga ir também, pois seus atletas e profissionais fizeram por merecer essa participação.

A arena na Praia de Pocitos é sempre simpática e dá conta das necessidades do Handebol de Areia continental. Espaço bem situado, sempre trás bom público, principalmente quando jogam os donos da casa. A pontualidade dos jogos também contribuiu para um bom desempenho de todos.

Hotel e transporte funcionaram super bem. A nota a reparar ficou por conta da alimentação. Faltou um preceito básico nas competições que envolvem países: atender várias culturas alimentares. O serviço de massa todos os dias foi um pesado fardo para todos.

Análise de Equipes

2º Lugar

Uruguai Masculino – Técnico novo. Boa equipe ofensiva. Na defesa faltam jogadores altos que pratiquem a modalidade com constância. Se tiver tempo de treinar e se dedicar à modalidade o Uruguai pode surpreender no mundial.

Uruguai Feminino – Muito boa equipe. Precisa de apoio e estrutura, pois tem atletas e técnicos experientes, que conhecem o jogo. Com equipe completa, o feminino do Uruguai joga de igual com todos os países no mundial.

3º Lugar

Venezuela Masculino – Equipe que mais evoluiu no continente. Jogadores fortes e altos. Treinaram para a competição. Precisam melhorar taticamente e estabelecer o que cada jogador fará na competição. Vejo grande futuro para o país. Caso o Uruguai decline de participar do mundial, Venezuela estará pronta para embarcar. Também se mostraram interessados em intercâmbio e promover competições. Não nos esqueçamos de que os próximos Jogos Sul Americanos em 2013 serão na cidade de Vargas.

Argentina Feminino – Equipe bem conduzida por seu técnico. Acredito que faltem meninas mais altas e fortes. Houve carência de potência em seus lançamentos ao gol. Também treinaram para a competição e também estão prontas para participar do mundial de Oman caso o Uruguai desista.

4º Lugar

Argentina Masculino – Com bom nível de treinamento a Argentina cresceu muito em todos os aspectos. Conseguiu atletas mais altos e fortes. Estão desenvolvendo bom jogo ofensivo e de contra ataque. Acredito que não acharam o “tom” no setor defensivo. Em alguns momentos marcam excessivamente forte e são constantemente penalizados. Espero que meu amigo Juan de Arma mantenha acessa a chama da modalidade, pois estou convicto que em pouco tempo a Argentina figurará entre os melhores do mundo.

Paraguai Feminino – Time bem estruturado. Algum treinamento. Consultor brasileiro, já que Leozão esteve por uma semana com a equipe. O Paraguai sentiu a falta de jogadoras que decidam. No Equador estava uma menina que joga na Espanha e muito contribuiu. Dessa vez faltou arremesso. Falta canhota. Mas também acredito que o Paraguai esteja no caminho certo.

5º Lugar

Equador Masculino – Segundo lugar na primeira fase, o país teve um resultado inesperado. Nas quartas de finais contra Venezuela, disputando o shoot out, no último lance, um dos jogadores, após passar pelo goleiro arremessou a bola para fora. Acredito que esse fato tenha abatido seus jogadores. A equipe é a única no mundo constituída praticamente de jogadores oriundos do próprio beach. Seu técnico, o brasileiro Alexandre Almeida, tem feito bom trabalho e espero continuidade.

USA Feminino – Equipe que não conhecia muito bem o jogo, mas que teve participação extremamente elogiada por todos. Sua técnica tem empolgação contagiante e nos deixa esperançosos na possibilidade de ingresso do país no circuito de competições e, quem sabe, ajudar na evolução da modalidade. Sejam bem vindos!

Campeão

Brasil Masculino – Já classificados para o mundial, encaramos a competição como muito importante. Estabelecemos que na pior das hipóteses estaríamos nos preparando para Oman. Trabalhamos com afinco, inclusive no carnaval. A equipe teve dois sets ruins. O segundo contra a Venezuela e o segundo contra Argentina, mas vencemos. Longe de ser um problema, serviu como alerta para comportamento entre sets. A equipe se saiu muito bem e os dois novos jogadores, Jaime e Caio, deram conta do recado com sobras. A equipe volta a se reunir para o treinamento de junho. Por enquanto, treinamento nos estados.

Brasil Feminino – Com a responsabilidade de conseguir a vaga, nossa equipe fez partidas na fase de classificação, onde faltou aquele brilho visto nas últimas competições. Ao confirmar sua participação no mundial, saindo em primeiro na fase de classificação, a equipe deslanchou. O jogo final foi um primor. Bolas aéreas. Bloqueios. Camilinha distribuindo muito bem e a defesa nota dez. Agora que acabou a pressão vamos trabalhar mais ainda. Até junho!

2 comentários:

Marcio Magliano disse...

Muito boa análise, Guerrinha.

Acho que o ponto mais bacana é vermos a gritante evolução do continente. Tenho certeza que, em pouco tempo, teremos grandes potências do Beach Handball na América.

Grande abraço

Alexandre Gomes de Almeida disse...

Guerra,
Análise excelente. Nos ajuda muito melhorar a qualidade do Beach em nosso continente.
É isso aí Marcinho! As competições estão cada vez mais fortes e sabemos tem muito pra evoluir.
Abraço