domingo, 11 de julho de 2010

Comentando o Mundial de Beach Handball - Turquia 2010 (2)

Hoje vou abordar a arbitragem, que sempre é um segmento complicado.

Matéria do Jornal Oglobo, durante essa semana, analisou a arbitragem da Copa do Mundo de Futebol. Apontava a fraqueza de uns e o fato de alguns terem ido à competição e não terem trabalhado. Mas o que mais me chamou a atenção foi a citação de que alguns árbitros seriam indicações políticas. Sem querer comparar situações tão distintas, pensei no IV Mundial Handebol de Areia e seus árbitros.

Imaginemos o grupo que gere a modalidade na IHF escolhendo os árbitros. Estão dentro da idade? Têm experiência? Quem está apitando? Como está (fisicamente) a dupla? Os profissionais podem atuar naquele período? De que país é a dupla? E o continente? São inúmeras situações que tornam árduo o trabalho de quem dirige. Não deve ser fácil.

Entre os problemas aponto o longo período entre competições mundiais e continentais como um fator importantíssimo para nossas dificuldades. Juntemos com a aparente falta de articulação entre IHF e EHF, que tem o campeonato continental mais importante do calendário mundial. Assistir a um jogo europeu me leva a pensar em outra modalidade, pela interpretação das regras e tolerância nos contatos. É lógico que árbitros, atletas e dirigentes levam essas experiências para competições dirigidas pela IHF. Isso causa desconforto e reclamações infindáveis.

No quadro de arbitragem das competições principais, temos árbitros que aparentam pouca experiência com a modalidade. Outros indicam estar apitando a primeira competição do ano. É fácil perceber pela forma como conduzem os jogos no início da competição, e como estão ao final. Como explicar tamanha distorção num campeonato mundial? Ainda mais no novo modelo de competição, onde cada jogo vale muito.

Entre as que estiveram no mundial gosto da dupla do Egito e dos Emirados Árabes. São experientes e corajosos. Também gosto das duplas femininas da Polônia e Sérvia. São firmes e provam que o fato de serem mulheres não melhora e nem piora nada. Vi os uruguaios apitando muito bem uma semifinal, apesar da inexperiência. Os brasileiros Sílvio e Luis dispensam comentários. A dupla da Turquia não apitaria série A do Rio de Janeiro. Dupla fraquíssima e de comportamento estranho. E temos a dupla da Noruega... Começaram apitando três jogos nossos. Gostamos. Eram firmes e tinham boa interpretação das regras. Veio o jogo contra a Rússia e foi aquela catástrofe no shoot out http://www.youtube.com/watch?v=QvZe5NHgARA. Todos viram e não cabe protelar o assunto. Vem à semifinal e são novamente escalados (!!!???!!!!). Uma dupla que acaba de ter um problema grave num jogo, apita outro daquela equipe, sendo que essa equipe provou seus erros? E como agravante, apitando o 5º jogo numa competição de dez jogos por equipe? É normal? É salutar? Para mim, erro primário de organização desportiva. Estranhei a ausência da dupla espanhola, que apitou os Worlds Games em 2009. Era uma dupla excelente e articulada, vinda de um país onde a modalidade é jogada com frequência.

Para nós, as indicações políticas podem ser traduzidas pela necessidade de estendermos a modalidade para todos os continentes e regiões do mundo. Não nos resta dúvida de que a arbitragem é fator de desenvolvimento do desporto e precisamos democratizar o conhecimento. Porém, não podemos abusar nos riscos. Precisamos dos melhores nas competições mais importantes. Mais investimentos em encontros e treinamentos.

Próxima postagem: Competição feminina e o Brasil

2 comentários:

Marcinho disse...

Falo aqui, o que falei lá para alguns dos delegados da IHF:

Não se pode proteger árbitros que, visivelmente, erraram gravemente. Todos tentam justificar os erros dos colegas e isso não leva nossa modalidade a lugar algum.

Houve erros graves, por parte da dupla da Noruega, especialmente no shoot out contra a Rússia (já tratado aqui e no video) e na semifinal, onde um dos árbitros invalidou umas 4 ou 5 bolas nossas alegando o toque no solo antes de soltar a bola. Uma marcação totalmente subjetiva, mas que ficou clara como má intencionada, quando percebemos que o mesmo árbitro ficara todo o set no ataque brasileiro, enquanto o outro validava todos os gols do Egito em situação muito similar.

Erro grave, sem dúvida, é escalar uma mesma dupla para apitar tantos jogos de uma mesma equipe, mesmo após gerado problemas sérios.

Aqui no Brasil passamos por algumas situações similares, mas isso é assunto pra outro tópico.

De resto, concordo contigo quanto às duplas mencionadas, algumas realmente muito boas.

KAMARÃO disse...

Caro Guerra Parabéns a todos pelo título, quanto a arbitragem sempre sera assim porque ainda não inventaram um programa de computador onde vc colocaria alguns vídeos da dupla de árbitros e este programa é que faria a indicação ou não da dupla, para um campeonato, mas enquanto a indicação for politica e é assim em todos os esportes teremos esses problemas em qualquer campeonato, quanto aos árbitros da Noruega fica a pergunta, eles são ruins? mal intencionados? e onde estava o delegado da partida? há um coorporativismo da arbitragem pois quando vc como delegado aponta os erros dos árbitros, eles árbitros, te chamam de traíra viram a cara pra vc falam mal e tudo mais,Marcinho aqui no Brasil passamos por coisas piores,não similares pois quem deveria pensar primeiro no esporte pensa sempre em primeiro de quem ele gosta e quem obedece sem questionar e enquanto todos disserem amém para estas pessoas "ASSIM CAMINHARÁ A MEDIOCRIDADE"